Zuenir Carlos Ventura, jornalista e escritor, é o autor da obra "1968 - O Ano que Não Terminou", lançado em 1988. O livro Chegou a inspirar uma minissérie transmitida pela Rede Globo conhecida como Anos Rebeldes e ainda fez com que Zuenir Ventura ganhasse o Prêmio Jabuti, em 1989.Graças às lembranças do autor na época da ditadura, de pesquisas externas e diversas outras entrevistas com amigos, políticos e artistas daquele período consegui-se reconstruir a imagem do Brasil naquele ano. Zuenir Ventura relata todos os acontecimentos daquela ditadura, intensificando a grande influência dos estudantes, com sede para iniciar uma "revolução planetária". Afinal, foi tão grande a influência do "maio francês" que motivou os estudantes de todo o Brasil a irem às ruas para protestar. É perceptível a adimiração que Ventura tinha pela juventude daquela época, pela visão que tinha da sede de conhecimeto dos jovens pelas obras que traziam uma certa contribuição para a ação revolucionária e ainda pela "negação" da Televisão ( "a máquina de fazer doido", como Stanislaw Ponte Preta definia a TV).Zuenir relembra ainda a Sexta-feira Sangrenta, quando estudantes protestavam e lutaram contra a ditadura. Foi, para muitos, um acontecimento inesquecível, quando presenciaram a batalha entre policiais e o povo que chegou a durar cerca de dez horas.Zuenir Ventura mostra em seu livro também o acontecimento histórico que foi a implantação do AI-5 na sexta-feira 13 de dezembro daquele ano inesquecível, consequência do reflexo dos acontecimentos internacionais e do clima que a população brasileira vivia. No livro, o autor descreve com clareza, o que foi a divulgação do AI-5: uma sentença de morte.Zuenir fez por merecer o Prêmio Jabuti, em 1989. A forma apaixonada como escreve sua obra, de modo único, jamais se verá igual. Ao tratar dessa época, relembra com tantos detalhes e força que provaca uma evasão do tempo e motiva o leitor a viajar em sua própria imaginação. Trata dos fatos sempre com inovação. Certos assuntos são tratados com ironia e comédia, outros com frieza e seriedade. Características bem antagônivas que tornaram-se o melhor método para descrever aquele período de muitas incertezas, mas grandes sonhos, lembrando também como Charles Dickens descreve aquele ano que não terminou: "o melhor dos tempos e o pior dos tempos, a idade da sabedoria e da insensatez, a era da fé e da incredulidade".
quinta-feira, 29 de maio de 2008
1968 - O Ano que Não Terminou
Narração em 3ª pessoa: O destaque do Observador
Narração em 1ª pessoa: A história contada por suas próprias palavras e visões.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Ética Jornalística
É verdade que a imprensa brasileira já venceu diversas barreiras contra a censura, como durante a época da ditadura militar. Aquele momento de repressões e lutas colaborou para o avanço democrático brasileiro. Entretanto, uma nova questão foi levantada nos meios de comunicação: a ética jornalística.
Devido a corrida pelo sucesso e a busca por uma "matéria de primeira" muitos jornalistas rompem com a ética. Tais fatores remetem a um tipo de pensamento: "Até onde deve-se ir para conseguir uma boa matéria?".
O jornalista pode/deve publicar textos mesmos sabendo que pessoas podem ser prejudicadas?
Se suas fontes são verdadeiras, por que não publicar? O jornalista tem o compromisso com a verdade e a informação. Não estávamos lutando pela liberdade de imprensa anos atrás? As pessoas que demonstram temer a difamação de sua imagem são aquelas que estão envolvidas diretamente com os problemas apontados nas reportagens. Se o indivíduo tem provas de sua inocência diante dos fatos publicados, não tem motivos para temer o prejuízo de sua imagem.
A ética não é corrompida, quando o compromisso do jornalista é apenas profissional. Mas entender que seu poder de relato pode influenciar opiniões e a vida pública da sociedade é primordial para saber como transmitir seus fatos.